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Meio Ambiente

Altas temperaturas no Tocantins exigem cuidado redobrado x634u

Temperatura mais alta já registrada no Tocantins foi 43ºC, em Palmas

Temperatura mais alta já registrada no Tocantins foi 43ºC, em Palmas Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins 2g6817

Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins Temperatura mais alta já registrada no Tocantins foi 43ºC, em Palmas Temperatura mais alta já registrada no Tocantins foi 43ºC, em Palmas

Dos meses que compreendem o período de estiagem na região central do Brasil, setembro é o mais quente e seco, segundo o Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins). Diante do calor excessivo, é preciso redobrar os cuidados com a saúde e entender como as altas temperaturas podem ser prejudiciais para o ser humano. 

Antes de tudo, é importante entender o que dizem os especialistas sobre as altas temperaturas projetadas para esta semana. O meteorologista da Unitins, doutor José  Luís Cabral, esclarece que o sistema que atua durante todo o período de estiagem está se prolongando.

“Nesses últimos dias criou-se um grande bloqueio atmosférico que impede a entrada da umidade na nossa região, mas nada fora do normal. O mesmo sistema que atua durante todo o nosso período de estiagem está se prolongando. Depois, nós temos a atuação do fenômeno meteorológico El Niño, que pode trazer perturbações para o nosso período chuvoso. Por último, a umidade relativa do ar está em níveis críticos, principalmente nas horas mais quentes do dia. Associando tudo isso, temos o tempo quente e seco. Esse mesmo cenário climatológico, que poderia ar desapercebido aqui, será responsável pelas altas temperaturas históricas que devemos ver nesta semana nos outros estados do Brasil”, concluiu Cabral.

O pesquisador também alerta para os títulos sensacionalistas e as notícias ‘caça-cliques’. “Tudo o que está acontecendo agora, dentro da Climatologia, já é esperado [para o Estado do Tocantins]. Por vezes, uma informação que aria desapercebida aqui na nossa região acaba causando um certo burburinho. Para o tocantinense, tudo o que está acontecendo agora pode ser considerado normal. Setembro é quente e nem sempre tem chuvas. Isso é muito comum, muito recorrente na nossa região”, explicou.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no Tocantins, a maior temperatura já registrada foi identificada em Palmas no dia 25 de outubro de 2017, quando os termômetros marcaram 43º. No mesmo dia, em diversos outros municípios do Estado, o Inmet registrou temperaturas acima dos 40º.

Como o calor afeta o corpo humano?

A coordenadora do curso de Medicina da Unitins – Câmpus Augustinópolis, Hellen Dayanny Pinheiro explicade que modo o calor excessivo pode ser prejudicial para o corpo humano: “À medida que o corpo fica mais quente, os vasos sanguíneos se dilatam, o que ocasiona uma redução da pressão arterial e o aumento da atividade cardíaca de forma compensatória”, explicou.

O próprio corpo tem o seu mecanismo de defesa. “Em um primeiro momento, esse quadro pode causar sintomas leves como irritação na pele ou pés inchados. O corpo reage ao aumento da temperatura elevando o fluxo sanguíneo para a pele. Isso, por sua vez, ‘transfere’ o calor de dentro do organismo para a superfície, gerando uma produção acelerada de suor, que evapora e diminui a temperatura do corpo”, completa.

Segundo a médica, a transpiração excessiva leva à perda de líquidos e sais minerais, de modo que todos esses fatores, combinados com a redução da pressão arterial, podem levar à exaustão pelo calor. Os sintomas dessa exaustão podem ser: tontura, náusea, desmaio, confusão mental, câimbras, dor de cabeça e cansaço.

Esse calor excessivo pode ser ainda mais prejudicial para pessoas que possuem comorbidades, como doenças neurológicas, cardiovasculares, pulmonares, renais e diabetes, além de idosos, lactentes, profissionais que trabalham expostos ao sol, como agricultores, trabalhadores da construção civil, limpeza urbana e outros.

A médica elencou cinco dicas com base nas orientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia para amenizar o calor e proteger a própria saúde:

1 – Utilização do filtro solar, chapéu, óculos de sol e roupas de algodão nas atividades ao ar livre;

2 – Evitar a exposição solar entre 10h e 16h;

3 – Aumentar a ingestão de líquidos (água, suco de frutas e água de coco);

4 – Aplicar diariamente um bom hidratante, o que ajuda a manter a quantidade adequada de água na pele;

5 – Evitar a prática de atividades físicas nos horários com temperaturas mais elevadas. (Com informações da Dicom Unitins)