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Opinião

O jogo de poder e o parasitismo político. 375v4t

M.M. um rei decaído que não a a pressão da dama

M.M. um rei decaído que não a a pressão da dama Foto: Divulgação 4k2j5e

Foto: Divulgação M.M. um rei decaído que não a a pressão da dama M.M. um rei decaído que não a a pressão da dama

Em que pese o fato da senadora Kátia Abreu (DEM) ter se recolhido para ficar só na orientação, como uma treinadora, dos seus “jogadores”, principalmente os deputados federais Nilmar Ruiz (DEM) e João Oliveira (DEM), - a primeira é pré-candidata a prefeita de Palmas - as articulações políticas guardam poucas semelhanças com o futebol. Sua semelhança maior é com o jogo de xadrez, o jogo dos reis. Um jogo-ciência assim como a política.

Se coubesse alguma condição de comparação futebolística neste caso, que leva em conta os ritos semânticos da política, o jogo de cena; poderíamos dizer com absoluta convicção que a partida é um massacre do prefeito Raul Filho (PT) sobre a representante dos demos no que se refere à conquista do apoio do governador Marcelo Miranda (PMDB).

Só para refrescar as memórias mais exauridas, da inauguração da TO- 050 para cá, são incontáveis as oportunidades em que o governador apareceu junto com o prefeito, seja em inauguração de obras, ou lançamentos, assim como as declarações de afinidades e iração são mútuas.

Entretanto, uma análise política sensata sobre as claras possibilidades de articulação não só na capital, Palmas, mas em todo estado, a pela análise do fortalecimento partidário provocado pelas novas regras da legislação pertinente que irão contribuir inclusive para reforçar a ética partidária e consequentemente as bases ideológicas dos partidos. Neste sentido o PMDB, que abriga o governador, é um partido que historicamente sempre foi mais próximo do PT e das causas populares, ao contrário dos demos que ao longo da sua história vem se metamorfoseando com o único objetivo do mascaramento ideológico e da ilusão popular.

O DNA dos Democratas tem sua origem na antiga ARENA, partido conservador criado com a intenção de apoiar o regime militar instituído com o golpe militar em 1964. De lá para cá se rebatizou como PDS, PFL e recentemente DEM, sempre representando o conservadorismo e as oligarquias no Brasil.

No Tocantins o partido luta para não perder espaço e exerce forte pressão sobre o governador Marcelo Miranda (PMDB) para que este mantenha uma aliança que nasceu com os dias contados. Nesta aliança o principal partido foi e é o PMDB, ao qual o DEM se esforça para manter junto de si. O problema é que o PMDB como já dissemos aqui no artigo opinativo “PMDB e DEM em rota de colisão no Tocantins (clique aqui para ler)”, já percebeu que seu maior adversário para o pleito de 2010 é o DEM. Portanto, se o partido deixar de se fortalecer nos municípios estará dando mamão com açúcar na boca dos demos e estará abrindo mão de uma perspectiva de poder.

Os Democratas liderados pela senadora Kátia Abreu tentam a todo custo emplacar o parasitismo político no PMDB e ainda por cima de tudo, com a chancela do governador, que anda refém das chantagens ladinas da senadora e seus comandados. Kátia utiliza-se de uma estratégia inteligente, tentando prender o governador tanto pelo compromisso quanto pela emoção, da forma como já escrevemos em outro artigo intitulado “Kátia agora coloca Nilmar na linha de frente (clique aqui para ler)” O que poderá deixar o governador em uma situação delicada com seu próprio partido.

Por analogia ao jogo dos reis, que tem no sacrifício de peças, jogadas clássicas, poderíamos dizer que Nilmar e João Oliveira são peças colocadas para o sacrifício pela senadora que ambiciona claramente com tal jogada ganhar espaço no tabuleiro para tomar a cadeira do executivo estadual em 2010.

Em entrevista na última edição de O Jornal, João Oliveira fez críticas aos deputados federais Moisés Avelino e Osvaldo Reis, sobre os quais disse estarem de olho em 2010. Para completar envolveu também o presidente da Assembléia Carlos Gaguim (PMDB) e o deputado estadual Junior Coimbra, também peemedebista, como integrantes da discórdia que intencionam tirar o DEM do jogo, ou melhor, Kátia Abreu.

Sobre as pretensões da senadora, Oliveira tergiversou e disse que, o que ela quer é ser presidente da CNA. Ora. Tenha a santa paciência, quem deu start no processo de 2010 foi a própria senadora, logo após sua eleição para o senado em 2006, dizer isto é subestimar a inteligência e chamar os peemedebistas de debilóides. A própria insistência em torno do nome de Nilmar na capital é um sinal claro.

Quem ainda não ouviu os ruídos da sua campanha que segue à boca miúda pelos quatro cantos do Estado? Vir agora criticar os outros segmentos partidários que tentam barrar sua sede de poder é puro cinismo. E o mais grave é tentar fazer escada nas costas do PMDB exercendo como já dissemos o parasitismo político. Mas a senadora que sempre gosta de dizer que derrubou fulano e beltrano da garupa pode vir a ter uma surpresa e cair do cavalo. Se ela não sabe o PMDB tem um acordo de cavalheiros e assim como o PPS, PT e outros, não antecipou processo nenhum, só está se defendendo e trabalhando para desenvolver seus projetos.

As pretensões dos Democratas são tão sedentas, que ultimamente corre o boato, que, em um lance de desespero, teriam tentado adoçar a boca do deputado estadual Eli Borges (PMDB) com a proposta da presidência da Assembléia em troca do apoio na capital para a candidata democrata. A forma impetuosa de fazer política da senadora faz lembrar um outro personagem tocantinense de quem parece ser discípula, o ex-govenador Siqueira Campos.

De agora até o final do mês, durante as convenções, a pressão da senadora e seu grupo sobre o PMDB vai atingir níveis altíssimos. Trata-se da sobrevivência do seu projeto em detrimento da perspectiva dos peemedebistas. Caberá aos cavalheiros do PMDB segurarem a pressão porque daqui a 2 anos o butim político será farto. É esperar para ver.

 

Umberto Salvador Coelho

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